FAMOSP
- Faculdade Mozarteum de São Paulo
Curso:
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: LINGUAGEM DO CORPO
Professor responsável: Vacelon Soares de Alencar
Aluna:
Sandra Mara Machado Anacleto
E-mail: leomar.leo@terra.com.br
5ª aula
Trabalhar
a teoria e a prática.
Euritimia.
A
Euritmia é uma nova forma de dança que vem sendo amplamente desenvolvida,
especialmente na Europa (Alemanha, Holanda, Suíça e Inglaterra), desde o início
deste século. Inúmeras pesquisas nas áreas da Educação e da Medicina de inspiração
antroposófica levaram à sua adoção no currículo das mais de 400 Escolas Waldorf
em todos os continentes e como complemento terapêutico em diversos países. Como
arte ela se propõe a pesquisar o movimento intrínseco da linguagem poética e da
música, como ele se configura no fluxo da fala e no desenvolvimento dos sons,
com todos os seus matizes de sentimento, levando também em consideração o
conteúdo específico expresso pelo poeta ou pelo compositor. Esse elemento
artístico-plástico da fala e da música é transposto para o espaço cênico
através do movimento coreográfico, complementado pelas cores das indumentárias
e da iluminação. Simultaneamente com recitação ou música ao vivo a Euritmia
dança, assim, o desenvolvimento dos sons de poesias e músicas, em toda sua
complexidade.
O nome
Euritmia existe como palavra e como conceito desde a Época Clássica na Grécia.
Em sua obra de nome “Kanon”, o conceituado escultor de Argos, Polykleitos (440
a.C.), define extensamente o conceito “eurythmia” como o equilíbrio de forças
atuantes no corpo humano; eu-rhythmós – o ritmo equilibrado, belo,
harmonioso é uma categoria estética oculta das Artes Plásticas. Também o
arquiteto romano Vitruv (25 a.C.) utiliza o conceito “euritmia”, relacionando-o
com a harmonia da arte de construir. Na Época Clássica de Weimar (1786-1832)
surge novamente o nome Eurythmie, cujo conceito é definido por Herder como a
“ordem benfazeja de um centro em relação a dois extremos”. Eurythmia: as forças
que configuram as formas plásticas da escultura e da arquitetura são
transformadas em movimento, libertas! Com o acréscimo do elemento temporal ao
conceito outrora espacial, a Euritmia de Rudolf Steiner passa a revelar um
acontecimento plástico-musical, o desenrolar das forças atuantes na forma
humana quando seu corpo dança a poesia ou a música.
A euritmia é uma nova
forma de dança que vem sendo desenvolvida desde 1912. Ela baseia-se no
conhecimento do ser humano e do mundo como apresentado na Ciência Espiritual de Rudolf Steiner,
a Antroposofia.
Seus movimentos são coreografias, solísticas ou em grupo, sobre a linguagem
poética, em verso ou em prosa, e sobre a música instrumental tocada ao vivo.
O nome EURITMIA foi
proposto por Marie Steiner para a nova dança que surgia, mas existe como
palavra e como conceito desde a Época Clássica na Grécia. Em sua obra de nome
"Kanon", o conceituado escultor de Argos, Polykleitos (440 A.C.),
define extensamente o conceito eurythmia como
o equilíbrio de forças atuantes no corpo humano; eu-rhythmós – o ritmo
equilibrado, belo, harmonioso é uma categoria estética oculta das Artes
Plásticas. Também o arquiteto romano Vitruv (25 A.C.) utiliza o conceito
"euritmia", relacionando-o com a harmonia na arte de construir. Na
Época Clássica de Weimar (1786-1832) surge novamente o nome Eurythmie, cujo
conceito é definido por Herder como a "ordem benfazeja de um centro em
relação a dois extremos"
Ao retomar esse termo
quando da criação da nova arte de movimento antroposófica, 2500 anos depois do
eu-rythmós da Grécia, empreende-se uma ampliação do conceito Eurythmia: as
forças que configuram as formas plásticas da escultura e da arquitetura são
transfomadas em movimento, libertas! Com o acréscimo do elemento temporal ao
conceito outrora espacial, a Euritmia de Rudolf Steiner passa a revelar um
acontecimento plástico-musical, o desenrolar das forças atuantes na forma
humana quando seu corpo dança a poesia ou a música.
Em 1912, atendendo ao
anseio de uma jovem por um "tipo de dança ou ginástica" que pudesse
se harmonizar com o conhecimento espiritual do homem, Rudolf Steiner deu as
primeiras indicações para a criação de uma nova arte de movimento, baseada na
concepção de mundo e na visão do ser humano segundo a Ciência Espiritual
Antroposófica. Foi a jovem Lory Meyer-Smits, com seus 19 anos, que desenvolveu
os primeiros elementos dessa nova arte, sempre sob a orientação de Rudolf
Steiner e, muito em breve, com a participação de Marie Steiner von Sivers. Logo
a seguir uniram-se a ela outras personalidades que participaram da ampliação
paulatina dos elementos dessa nova dança. Mesmo durante a 1ª Guerra Mundial o
trabalho se manteve secretamente. Em 1919 foi fundada a primeira Escola Waldorf
e a Euritmia foi incluída como matéria fundamental do currículo. Também com o
desenvolvimento da Medicina Ampliada pela Antroposofia, Rudolf Steiner deu
inúmeras indicações para uma aplicação terapêutica dos elementos eirítmicos,
proferindo 8 palestras, de 12 a 18 de abril de1921,que constituem o curso de Euritmia Curativa.
Se inicialmente o
desenvolvimento da Euritmia se deu através do contato pessoal entre as
euritmistas, já em 1922 se percebeu a necessidade de se ordenar e sistematizar
os conteúdos desenvolvidos para a constituição de uma espécie de Conservatório
de Euritmia, e foram organizados alguns cursos por Alice Fels, agora por períodos
mais extensos. Em 1923 surgiu a Escola de Euritmia de Stuttgart, sob a direção
de Marie Steiner.
Em 1924 fez-se necessário
que Rudolf Steiner reunisse em dois grandes cursos o conteúdo das pesquisas
desenvolvidas até então; foi assim que ele proferiu de 19 a 27 de fevereiro as
8 palestras do curso Euritmia
Como Canto Visível, e de 24 de junho a 12 de julho de 1924 as 15 palestras
do curso Euritmia Como Fala
Visível, que constituem a obra básica da Euritmia.
Nesse mesmo ano Rudolf
Steiner elaborou, juntamente com os professores da Escola de Euritmia, um
currículo para a formação de euritmistas, no qual constam as matérias Métrica e
Poética, Teoria Musical, Geometria, Antropologia (com enfoque na Anatomia, na
formação e desenvolvimento dos órgãos, nas múltiplas relações de movimento, na
relação do esqueleto com as leis musicais e na formação da fala pela laringe),
Canto e Recitação, Pedagogia e Antroposofia. Em 1935 a direção dessa
instituição é dada a Else Klink.
Durante a 2º Guerra
Mundial o trabalho com a Euritmia continua de forma oculta, como em
"catacumbas". Com o término da guerra retomam-se as atividades
artísticas para o palco até que, em 1946, a Escola de Euritmia de Stuttgart
pode reassumir seus trabalhos.
Com o passar dos anos outros
euritmistas também vieram a ministrar inúmeros cursos e publicar trabalhos,
livros e artigos sobre essa nova arte, inclusive sobre sua aplicação pedagógica
e terapêutica. Até os dias de hoje constituíram-se diversas Escolas de Formação
de Euritmistas, principalmente na Europa (Alemanha, Suíça, Inglaterra, Holanda,
Áustria, França), mas também na Escandinávia, Estados Unidos, Rússia ,
Argentina e Brasil.
A maioria das Escolas de
Euritmia busca seu reconhecimento pela Seção das Artes Oratórias e Musicais do
Goetheanum, em Dornach, Suíça, para oferecer aos seus estudantes um diploma
reconhecido pela Escola Superior Livre de Ciência Espiritual. A formação tem
duração variável entre 4 e 5 anos, quase sempre em período integral. Uma
especialização em Euritmia Pedagógica ou Euritmia Curativa pode ser feita após
o curso básico, incluindo períodos de estágio em escolas ou hospitais. No
âmbito da Arte, formaram-se muitos "grupos de palco" (como são
chamadas as companhias de dança eurítmica – "stage groups" ou
"Bühnengruppen", para a ampliação da arte eurímica através de
espetáculos de Euritmia, sendo alguns de renome internacional, como o
Eurythmeum Stuttgart e o Eurythmie-Bühne Hamburg (Alemanha), o Goetheanum Bühne
(Suíça), o Nederlands Eurythmie Ensemble (Holanda), o Spring Valley Eurythmy
Group (USA), o Ashdown Eurythmy Theatre e o Peredur Eurythmy Group
(Inglaterra), o Fundevogel (Áustria), o Järna Eurythmie Gruppe (Suécia),o Grupo
de Euritmia de São Paulo (Brasil), entre outros.
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