FAMOSP
- Faculdade Mozarteum de São Paulo
Curso:
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: LINGUAGEM DO CORPO
Professor responsável: Vacelon Soares de Alencar
Aluna:
Sandra Mara Machado Anacleto
E-mail: leomar.leo@terra.com.br
8ª aula
Analisar as produções
audiovisuais com a temática do Corpo
Vídeo – Fórum: Cisne Negro
Assistir ao filme (Limites
do corpo e perfeição)
Através
de uma interpretação muito pessoal vou tentar passar o que compreendi desse
filme. O grande desafio de acolher a sombra através do outro.
Cisne
Branco, a
máscara da busca pela perfeição, o medo de errar, a autopunição, o lado
reprimido do ser, o controle da raiva escondida e inconsciente, desejos
abafados pelos julgamentos de certo e errado, o grito calado, a negação.
Cisne
Negro, a sombra, o lado negro ocultado por uma meiguice
ímpar, a perversidade, a loucura, o diálogo interno, os desejos mais profundos,
os segredos de luxúria, a vontade de expressar tudo que não é permitido pelo
Super Ego.
A
personagem vive uma luta interna, uma dualidade entre aceitar e acolher sua
sombra contra toda uma educação baseada na repressão vinda por parte da
mãe.
O
lado meigo, delicado e doce, contra o medo de parecer uma pessoa ruim,
incompatível ao mundo em que vive.
No
meu entendimento, com exceção do início do filme, todo o resto passa-se na
mente de Nina, um padrão mental que reflete todos os demônios internos, todas
as cenas foram vividas em sua mente.
Coreógrafo: Instiga, provoca, tenta, seduz,
mexe com os desejos mais íntimos de uma mulher reprimida, com o intuito de
ajudá-la a se desbravar, a se conhecer, a se aceitar como uma mulher completa,
inteira e livre. A força do masculino conduzindo, abrindo caminhos para a
expressão da energia sexual, o instinto dançando livremente através de um corpo
aparentemente frágil.
Amiga: Sua sombra, seu espelho. Tudo
que a personagem nega em si mesma.
A
liberdade que ela gostaria de ter e ser, a expressão dos desejos ocultos, a
coragem, o outro lado da moeda, o seu inconsciente que fere, causa insegurança,
ciúmes, competição, comparação, a luxúria, a vaidade, a paixão, a força sexual,
a quebra de padrões, a alegria, uma alma livre de preconceitos e julgamentos.
Os
conflitos e ao mesmo tempo a identificação com a amiga, a dificuldade de ver em
si mesma tudo que a incomodava na outra.
Uma
mistura de amor e ódio, repulsa e desejo.
Depois
de ter vivido intensamente na sua imaginação todos os conflitos da sua sombra
refletida através da amiga, Nina consegue quebrar a projeção, o espelho.
Aceitação
Na
cena onde ela quebra o espelho e supostamente mata a amiga, ela está matando
sua negação, acolhendo o que é seu, reconhecendo em si tudo o que a amiga
representa.
No
mesmo instante em que quebra o espelho, Nina abraça seu lado escuro, aceitando,
acolhendo e tornando-se inteira. Incorpora o cisne negro dentro de si com tudo
que lhe pertence.
A
raiva se transforma em força, o ciúme em segurança, a alma se torna livre para
dançar e expressar em sua plenitude o Ser que se torna Um. Verdadeiramente
livre.
Final: Quando no espetáculo da morte
do cisne branco Nina se mata com um pedaço de espelho, na verdade ela está
representando a morte do Ego, a sua libertação.
Ela
sorri e diz EU SENTI!
Sim,
porque só através do centro emocional, da aceitação, da vivência, do acolhimento,
do reconhecimento dos nossos demônios internos, dos nossos padrões, conseguimos
nos tornar inteiros, Unos.
Esse
filme é categorizado como suspense e drama. A personagem principal Nina Sayers,
interpretada por Natalie Portman, é bailarina de uma companhia estadunidense e
luta para chegar ao ponto máximo de sua carreira, ser a bailarina principal da
companhia.
Nina
precisa estar apta a interpretar o Cisne Branco e Negro. O Cisne Branco exige a
leveza de uma virgem, enquanto o Cisne Negro exige o máximo de sensualidade da
bailarina. Além do
que
vive na relação com outras personagens, há toda a imposição da mãe com relação
à disciplina, do diretor com relação à sensualidade. Há, portanto, um luta no
interior da personagem Nina, com isso uma constante busca de si. Seria o que
Foucault (2006) pontua
sobre
a busca do homem pela sua individualidade, busca de uma verdade sobre seu ser,
ou seja, o princípio conhece-te a ti mesmo (gnôthiseautón).
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